quarta-feira, 9 de julho de 2008

Pelo estômago

Eu sou comilona. Filha de mãe mineira que cozinha muito bem e em cuja mesa é uma ofensa se comer pouco, eu gosto bem de um garfo. Por isso nem eu mesma entendo bem porque demorei tanto para falar da comida de Blumenau.
Meu contato inicial foi na primeira visita que fiz à cidade, em outubro passado. Pra minha felicidade, fiquei hospedada no Hotel Glória, que tem o café colonial mais famoso da região. O café da manhã é uma orgia alimentar. Pães, bolos com todos os sabores, recheios e coberturas, tortas doces e salgadas, uma loucura... Foi ali também que descobri que, felizmente, eu gosto de comer, mas não tenho a alma gorda.
Porque apesar de ter curiosamente experimentado de tudo, no final do terceiro dia de hospedagem eu implorei para o garçom me trazer um singelo café e um pão integral com queijo branco. E só. Eu precisava sentir meu estômago um pouco vazio. Mas na segunda visita, em dezembro, e desde que me mudei, em janeiro, tenho continuado minha exploração no mundo da culinária local.
As tais das cucas (acho que vem de kuchen, bolo em alemão) são um capítulo à parte. Eles fazem um pão de ló muito fofo, muito suave, e colocam por cima uma cobertura de frutas, igualmente delicada, como banana, maçã, morango – a minha preferida – e pêssego. É muuuito bom. O strudel também é incrível, muito bom. Além do Glória, cucas e bolos recheados maravilhosos são os feitos pela padaria Bekendorf (de uma suavidade impressionante, não doces demais) e da Mirna’s Kuchenhaus, bem em frente à linda pracinha de Pomerode. No café da Havan não é nada demais, mas você ganha de brinde a vista do rio Itajaí Açu, que eu já mencionei aqui.
Mas a prova de que Blumenau é antes de tudo uma cidade bem brasileira é a verdadeira devoção local pelo bolo “nega maluca”. Todo aniversário de criança tem que ter e em toda doçaria você encontra. A diferença é que aqui até no supermercado o bolo é muito gostoso (lá em São Paulo bolo de supermercado costuma ser sinônimo de coisa “mais ou menos”). Ah, os salgados são outra história, eu conto depois.

Um comentário:

Unknown disse...

Raquel, me deparei com seu blog quando procurava, pelo google, a grafia correta de bekendorf. Adorei seu texto. Super espirituosa sua observação sobre a devoção deles pala Nega maluca, morri de rir! Sou carioca mas meu pai é de Blumenau, saiu de lá ainda criança mas a família é grande e sempre fomos visitá-los nas férias. Tinha tempo que não ia, fui agora com minha equipe gravar um programa de TV. Foi uma oportunidade muito legal, como a cidade cresceu ( a última vez que fui tinha 20 anos) há um tempinho... o programa vai ao ar no canal 102 da Sky - Climatempo durante todo o mês de novembro. Dê uma conferida.
Parabéns pelo blog,
nos falamos
Gabi