quarta-feira, 16 de julho de 2008

Café com pão


Algo que me faz falta em Blumenau é o “culto ao café” que há em São Paulo. Apesar dos incríveis cafés coloniais, o café – a bebida – é um pouco menosprezado aqui. É quase sempre de coador, e raramente forte. E café expresso bom é uma dificuldade. Sou cafeólatra – será que é assim que se fala? – e mesmo não tomando cafezinho o dia inteiro, preciso de duas boas doses, uma de manhã e outra à tarde. A gente consegue ver aqui várias doçarias e “cafés” simpáticos, mas café bom mesmo não é muito fácil de achar.
Numa recente viagem a São Paulo senti o cheiro gostoso da torra do café na Alameda Lorena, perto do Café Suplicy, que por sua vez me lembrou o cheio da rua da minha avó, em Minas. E pensei que aqui nunca senti isso. Aquele cheiro que entra pela narina e faz você sair louco atrás de uma xícara. Com fumante deve ser assim, né?
As companhias ideais do pretinho, pão de queijo, pão francês e queijo branco, também não são matéria forte por essas bandas. Gosto do pão de queijo do supermercado Angeloni. Mas o pão francês é uma tristeza, nos supermercados e nas padarias. Felizmente achei o de uma padaria cujo nome esqueci (Pão alguma coisa) na Ponta Aguda, logo depois que se passa embaixo da ponte de ferro, no sentido das Itoupavas. Apesar de não ser meu caminho, às vezes faço volta para chegar até ali, só para comprar um pãozinho decente.
O conceito de pão aqui, aliás, é diferente, bem europeu mesmo. O pão preto é super gostoso e bem feito em todo lugar. No supermercado a gente acha vários tipos de pães “coloniais” diferentes, alguns com banha, deliciosos, mas tão pesados e gordurosos que não chegam a secar na torradeira! No supermercado e padarias também se vêem biscoitinhos e bolinhos diferentes, e muitas coisas feitas de fubá de milho e polvilho, ingredientes que acabaram sendo incorporados à cultura local por causa da oferta escassa de trigo quando os primeiros imigrantes chegaram.
Já o queijo branco foi um desafio para minha pobre mãezinha mineira em sua primeira visita. Ela tentou de todo jeito achar um com a frescura e consistência tenra à qual está acostumada, mas acabou desistindo. Simplesmente porque não faz parte da cultura do povo do Sul fazer queijo Minas, lógico. Em compensação, ela achou um pote de nata, vendido como se fosse requeijão mesmo – que eu nunca tinha visto lá em São Paulo e é fabricado por alguns laticínios do Sul – e se deliciou com ela passando no pão.

*Imagem retirada do site da ABIC - Associação Brasileira da Indústria de Café

Um comentário:

Ronan Caixeta disse...

Prezada Nilma,
Agora você tem um café de qualidade aqui em Blumenau. Orlando Café. Rua Antonio da Veiga 387. Tel: 3237-7786.
Venha nos prestigiar e saborear o melhor café de Blumenau.
Atenciosamente,
Ronan Caixeta
Barista do Orlando Café