terça-feira, 27 de maio de 2008

Eu, mulher-gabiru

Com meu 1 metro e 60 de altura costumo me considerar uma mulher de tamanho médio. Não sou gorda nem magra, nem feia nem bonita, com o cabelo castanho e a pele meio amarela que é resultado da mistura de raças. Em Blumenau eu até continuo na média, mas há momentos em que minha suposta mediocridade estética deixa de ser levada ao pé da letra, para me enquadrar entre as muito feias ou baixotas.
Por ter um filha pequena, meu universo particular tem espaço reservado para as Princesas Disney e Barbies Bailarinas, Butterflies, Aladus... E descobri: elas moram aqui em Santa Catarina!
Numa das primeiras vezes em que fui encher o tanque do meu carro e me dirigi ao caixa para pagar com o cartão, quem estava sentada ali era a princesa Gisele, do filme “Encantada”. Assistiu? Não? Então vai lá: http://tiny.cc/KcUG1. Achei que ela ia piscar os olhinhos e cantar “Como ela saaaaaaabe que a amaaaa”, como no filme. Mas ela só perguntou, meio entediada: “Débito ou crédito?”. Na farmácia foi a mesma coisa. A atendente estava abaixada e quando se levantou para o “pois não?” não sei se ela percebeu meu ar estupefato diante do par de olhos mais azuis que eu já tinha visto na vida.
Outro detalhe é o tamanho da mulherada. No supermercado eu às vezes me sinto a mulher-gabiru, como eram chamados os subnutridos nordestinos nos anos 80, que não passavam de 1,40 metro. É curioso que, mesmo tendo morado em São Paulo e cruzado freqüentemente com modelos muito altas e muito bonitas, eu não tinha esta sensação, já que a média balançava mesmo mais pro meu lado.
Algumas das moças enormes são também muito magras. Você vê uma com o uniforme do cartório ou outra atrás do caixa do banco e tem certeza que bastaria umas aulas e uma produçãozinha para estarem em Milão – não é à toa que esse estado tem participação maciça nas passarelas dos Fashion Weeks.
Há ainda um tipo de mulher alta que é realmente enorme. Isso quer dizer que elas são grandes num todo. Por isso é fácil de entender que em boa parte das lojas de roupas de Blumenau – o que eu não tinha visto em lugar nenhum - existe uma seção voltada para os “tamanhos grandes”. Porque, mesmo não sendo gordas, algumas mulheres daqui não caberiam nunca nos ridículos tamanhos-padrão da moda brasileira.
Mesmo me sentindo meio feiosa perto das princesas Disney que encontro, fico contente nas visitas ao supermercado blumenauense. Afinal, é a oportunidade que tenho para me sentir mignon...

Nenhum comentário: